FAZENDA ( Fábio Figueiredo )

O sol acorda cedo
Junto com o canto dos galos
Abre-se as janelas
Para deixar o sol entrar.

Que o trabalho começe
Tirar leite
Capinar, arar, regar
Molhar toda a nossa horta.

Pegar os ovos no galinheiro
Fazer cuscuz
Tirar água do poço
Para beber, cozinhar, lavar

O sol acorda cedo
Como a gente
Todo dia
Nem relógio precisa

EU QUERIA ( Jacy )

Eu queria sorrir
Eu queria abrigo
Eu queria ajuda
Eu queria aplausos

Eu queria comida
Eu queria socorro
Eu queria carinho
Eu queria ser gente

QUEM SOU EU ? ( Moacir Santana )

Adivinhem, quem sou eu
Sentado na calçada
Olhando o movimento das pessoas
Quem sou eu?

Andando na rua de pés descalços
Sem nada nas mãos
Quem sou eu
Já descobriram?

Quem sou eu?
Me perdi e me perderam
Vejo a noite chegando
O sol se pondo.

Quem sou eu?
Sentado na calçada
Sou só mais um mendigo
Na rua.

OUTONO ( Roseli Lucia )

Sentada no balanço do parquinho
A tarde de outono chegou
O vento espalhou as folhas
Que foram caindo das árvores

FELIZ ( Marcos Santos )

Meu passarinho está feliz
Sua gaiola novinha em folha
Parece que nunca foi usada
Por nenhum passarinho.

Em um tom amarelo fosco
Sua cama arrumada
Água na vasilha
Comida abundante.

Meu passarinho
Está feliz
Pois está fora
De sua gaiola.

RITUAL ( Ricardo Carvalho )

O velho Sábio se abaixa para beijar o chão,
Evocando a presença dos Ancestrais.
Para a adoração da Terra
E a glorificação da escolhida.

De longe vejo o cortejo de pessoas
Vindo de Cidades Rivais
Para juntos observar a dança mística das Donzelas,
Comemorando a chegada da Primavera.

Pelos meus olhos vejo o Ritual,
Velhos Sábios sentados em Círculos,
Observando a Donzela escolhida dançar.
Pois o ritual dos Ancestrais,
Mais uma vez foi preservado.

Letra V ( Jorge de Oliveira )

Viajo vagarosamente
Vou até o vilarejo
Verdes estradas vejo
Vegetação verde.

Vejo tudo pela janela da Van
Veículo à vinte por hora
Vejo tudo, apreciando a vista
O som ligado tocando moda de viola

SORRI ( José Paula )

Sorrimos de boca aberta
Ou somente de boca fechada?
Sorriso com o canto dos lábios
Sorriso com os olhos.

Sorriso com um gesto, sorriso
Quem disse que o sorriso precisa sorrir?
Pode ser um sorriso alegre
Ou um sorriso triste

Um sorriso de saudade
Sorriso
Sorriso
de um sorriso

RELUTÂNCIA ( Paulo Mesquita )

A bela vida me declara seu amante
É de sonhos fantasias o meu itinerante
Vejo o mundo com os olhos do futuro
Do passado sinto falta e tenho orgulho.

Quando a noite me revela seus encantos
Mostra tudo que preciso conquistar
Não é ouro, não é prata ou diamante
É o amor que me faltava contemplar.

Então me visto de esperança e de razão
E sinto um desejo vindo de além do caração
Digo ó noite! abre alas, vou passar
Como quem não tem motivos para ficar.

Amanheço com os olhos do cansaço
E sinto uma força relutante a me erguer
Baixo a guarda e com sono me abraço
E sonho o sol que não se cansa de nascer.

REFLEXO ( Ana Maria )

De repente no farol
Vejo um rosto conhecido, familiar
Seria o rosto de quem?

Forço minha memória para lembrar
Sou eu,
Eu no reflexo do vidro de um carro
No farol, sou eu

CHUVA e SOL ( Rodrigo P.)

Hoje está chovendo
Levarei meu guarda-chuva
No meio do caminho
O Sol apareceu

E meu guarda-chuva
Que farei com ele ?

UMA NOITE FRIA ( Ricardo Carvalho )

Uma Noite Fria
Uma Lua meio medrosa ou meio tímida,
Esconde-se atrás das nuvens cinzas

Passos ouvidos na rua
Através das frestas das janelas das casas apagadas
Onde pessoas se encolhem perto de velas acesas
Sem a devida iluminação, que o homem ficou dependente

Se ao menos, as estrelas estivessem iluminando o Céu
A Lua poderia tomar coragem e sair detrás das nuvens cinzas

Se ao menos, as estrelas estivessem iluminando o Céu
As Pessoas sairiam de suas casas com velas em mãos

Passos...cães latindo...sombras
Tudo isso em Uma Noite Fria

AMIGO ( Antonio Almeida F.)

Lembro de um grande amigo

Corríamos pelas praças

Corríamos pelas calçadas

Lembro de seu rosto

Lembro de seu carinho

Lembro de sua alegria ao me ver

Lembro que ficava feliz por saber

Que alguém me esperava

Lembro com saudades de um tempo

Onde não existia tristeza e nem saudades

Lembro que hoje não estou mais sorrindo

Lembro das saudades que sinto

Lembro de seus latidos que não ouvirei mais

SOL ( Pedro S. )

O Sol cega minha visão

Agradeço aos Céus por isso

Pois diante de mim está o Tietê

Que tempos atrás foi majestoso

Onde nadava junto com crianças

Onde barcos com remos dividiam espaços

Com todos que o admiravam

Hoje agradeço pelo Sol em meus olhos

Para a desgraça não ver

Onde a poluição divide lugar com os dejetos

Onde antes era vida, hoje tenho pena

FRÁGIL ( Mara Bernardo )

Acima do Globo Terrestre

Quem é o Rei?

Do universo se avista a Terra

Pequenos Seres, miniaturas

Somos Seres – humanos

Frágeis, mortais

PUREZA ( Mauro luz )

Apenas com a pureza

O Ser - humano progride

Desde o primeiro ao último animal

Em um ambiente de Paz

Apenas com a pureza

Podemos progredir

Assim,

Usemos nossa inteligência

BRASILEIRO ( Marcelo O. )

O verdadeiro brasileiro

É aquele que acorda cedo

O Homem triste

O Homem alegre

(Mulher, crianças e idosos)

Somos todos brasileiros

Os verdadeiros brasileiros

NATUREZA MORTA ( Rose Mendes )

Nossos rios estão morrendo

Com suas águas sendo poluídas

Com certeza meus amigos

Comprometendo nossas vidas

Peço

Escrevo

Grito

Mas ninguém me ouve

SONHO ( Rosa Pinheiro Rosa )

Sonhei com uma festa

Onde os animais faziam parte

Brincando na floresta junto com o Homem

Enquanto todos festejavam,

O Homem fazia-se de Homem

Poluía

Matava

Queimava a mata

ESTUDAR ( Antonio O. )

Acordar cedo e tomar o café da manhã

Estudar e estudar

Para se formar e depois trabalhar

É o sonho de todo estudante que quer seu futuro

Da infância à fase adulta

Somos sempre estudantes à estudar

LEIA ( Pedro Fernandes )

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

Leia

E leia também para os outros

VEJO ( Laura Miguel )

Vejo crianças na rua brincando

Vejo Pais trabalhando

Para dar o que comer

As crianças brincando

Vejo Políticos que são Pais, Filhos

Mas que se esqueceu de ser

Criança

LÁ FORA ( Cláudio Henrique M.)

Na minha sala, sentado

Gravata, terno, somente o melhor

Papel, caneta, mesa e uma cadeira confortável

Realmente uma bela sala

Lá fora ouço

Sons de carro, barulho de moto

Gente apressada indo para todos os lados

Escritório arrumado e prazos á cumprir

Hierarquia conversa e ordens a receber

E lá fora ouço

Pessoas conversando

Pessoas andando

Pessoas rindo

Que vontade de estar lá fora